Ponto de Vista de Bernardo
A Marca
Acordei com o cheiro dela antes mesmo de abrir os olhos. Doce. Quente. Familiar. Meu peito se expandiu com um orgulho animal misturado com algo que eu jamais tinha sentido antes. Passei a mão na cama, buscando seu corpo, mas toquei apenas o lençol amassado e quente.
Ema.
Abri os olhos de imediato, o coração acelerando. Ela estava sentada na beirada da cama, os cabelos bagunçados caindo pelas costas nuas, a respiração leve… até que ela levou a mão ao pescoço.
Meu mundo parou.
A marca estava ali.
Minha marca.
Profunda demais para ser um acidente. Forte demais para ser apenas prazer. Um círculo perfeito de dentes, já começando a cicatrizar com aquele brilho dourado típico de vínculos de lobo.
Por um segundo, senti o ar faltar. A garganta secou. O lobo dentro de mim rosnou, não de ameaça — mas de posse, de conquista, de satisfação selvagem.
Ema virou de lado e me olhou. Seus olhos castanhos estavam arregalados, como se ela estivesse tentando processar tu