As sombras apertavam-se aqui e ali, envolventes e insistentes, como se ansiassem fundir-se ao corpo da jovem, conforme tentáculos de escuridão resvalavam, explorando cada curva, conforme pressionavam suas nádegas, o vigor ao mesmo tempo agressivo e sedutor. A sensação gelada subia pela espinha, deixando um rastro de arrepios que mesclavam desconforto e prazer. As trevas avançavam mais e mais, roçando a junção de suas coxas com movimentos lentos e deliberados, como se conhecessem cada extensão dela melhor do que ela mesma, cada toque uma fricção que a fazia estremecer, uma valsa de sombras a arrastando para um abismo de sensações contraditórias.
Vez por outra, ela se pegou mergulhando em pensamentos que a perturbavam: o que Tupã diria se a visse assim? Seriam seus olhos capazes de compreender? Ou se encheriam de desilusão ao descobrir que, em seu coração, haviam ecoado sensações tão sombrias, tão íntimas, despertadas pelas trevas que agora a embrulhavam? Ela imaginava sua reação, talve