O ar pesava como chumbo entre eles, um segundo após outro dilatado pelo tempo congelado da decisão. Se aquela visão fosse mesmo artifício de Mapache, qualquer escolha de Donaldo seria um movimento em tabuleiro envenenado.
Sob o elmo, seus olhos percorreram as curvas de Clara — seios altivos como colinas sob luar, volumosos e empinados e convidativos... Um banquete para os sentidos... ou isca envenenada?
Campo de batalha, lembrou-se, os músculos tensionando. Os agentes da emboscada se ocultavam na mata, respirando entre as folhas. Mapache, o arquiteto dessa armadilha, observaria. Cada movimento.
Mas memórias irromperam como facas aquosas.
Corpos entrelaçados em lençóis úmidos.
Línguas duelando em linguagem arcaica.
Seus dedos cravando em carne macia como em argila quente.
Por um instante visceral, viu-se arrancando a armadura, atirando Clara ao chão com a fúria de um touro e montando-se sobre ela. O gramado virginal cedendo sob seu peso. Um rugido selvagem engasgado na garganta...
Insa