05. A Partida de Xadrez
O ar no escritório de Dante Moretti era tão frio e denso quanto o do lado de fora, no topo do arranha-céu. As luzes da cidade de Nova York se estendiam sob a vasta janela, um tapete de diamantes que pareciam um cenário, e a sala era um santuário de poder e silêncio. A voz do guarda, quando ele entrou, soou abafada e frágil.
O guarda, um homem de ombros largos e uma cicatriz no pescoço, tinha o rosto pálido e o corpo tenso. Ele se aproximou da longa mesa de mogno, onde Dante estava sentado na ponta, a expressão impassível. Seus braços-direitos, Silvano e Matteo, estavam sentados à sua frente. Silvano, com a calma polida de um consigliere. Matteo, um homem mais jovem e de corpo mais esguio, porém ainda forte, com os olhos de aço polido, uma força contida que se manifestava em cada movimento.
— Peço perdão pelo incomodo senhores, mas... O depósito foi invadido na noite passada — O guarda disse, a voz grave e séria. — E o intruso escapou.
Matteo se remexeu na cadeira, a impaciência transb