08. A Aposta da Vingança
O relógio na parede do escritório da Homicídios marcava 19h32 da noite. As luzes das janelas vizinhas já haviam se apagado, e o som da cidade lá fora era um eco distante, abafado pelas paredes grossas do prédio. O cheiro de café velho e poeira estava em todo o lugar, mas para Chiara, o cheiro era familiar e reconfortante. Ela estava sentada em sua cadeira giratória, o corpo tenso e o olhar obstinadamente focado em uma pilha de arquivos sobre a mesa.
Mason a encontrou em seu escritório, com uma expressão que misturava preocupação e cansaço. Ele a olhou com uma surpresa sutil. Ele imaginava que, depois de uma noite tão agitada, ela estaria em casa, descansando. O terno amarrotado e a barba por fazer de Mason denunciavam as horas extras que ele já havia cumprido.
— Chiara, ainda está aqui? Pensei que estaria em casa a essa hora — ele perguntou, com a voz carregada de preocupação. — Aconteceu alguma coisa?
— Estou bem, Mason. Apenas com a cabeça cheia. Não consigo relaxar — ela respondeu,