CAPÍTULO 167.
Depois daquela discussão com Vera, algo se rompeu entre nós que ainda não sei se um dia será possível remendar. Sempre que ia ver meus sobrinhos, ela não estava. Só encontrava Aiyra, sempre doce, sempre presente, mas os olhos atentos dela sabiam que eu sentia falta de mais do que abraços infantis.
Durante as férias, passava os dias entre a Itália e a Rússia. A máfia parecia um rio subterrâneo cortando todos os espaços da minha vida — visível só para quem conhecia o mapa.
A rotina com meus colegas da escola nunca mais voltou a ser a mesma desde o ataque. Aquele dia foi uma linha no chão, e todos os que estavam de um lado foram ficando para trás. Atrevo-me a dizer que nos distanciamos.
Carlos, como sempre, indiferente às dores que não sangram, seguiu em frente como se fosse apenas mais uma virada de página.
— Você é minha irmã. E sua segurança é o que me importa. — ele dizia, sem peso na voz.
Não havia arrependimento nele por ter deixado Albert, Neto, Rica e Diana para trás. Ele parecia