CAPÍTULO 151.

Depois que saímos da escola, eu, o Carlos e o resto do grupo seguimos pro restaurante de sempre. Não é nada demais, só um lugar com luzes amareladas, música baixa e uma varanda que dá para um jardim, onde a gente costuma se juntar. Sentamos, rimos, mexemos uns com os outros, trocamos farpas leves — provocações disfarçadas de carinho. Coisas de jovens que ainda fingem que a vida é leve.

Mas, como sempre, dá ali pelas seis e meia e eu já tô de olho no celular. Meus dedos deslizam no aplicativo pra pedir o táxi. Carlos me olha de lado, os olhos brilhando de sarcasmo.

— Assim, princesa já tem que ir para casa? — Neto pergunta, com um sorriso torto e malicioso.

Eles começaram com esse apelido idiota porque eu sou a única que tem que voltar cedo. Sete da noite e já tô dando tchau. Princesa. Porque sou cuidada, protegida, guardada... ou talvez porque vivo numa prisão de luxo, ninguém sabe.

— Esse teu shuga é rijo yha! — Carlos solta, rindo enquanto me cutuca com o ombro.

— Enquanto nós daqui
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