CAPÍTULO 149.
Nery levou uma hora no quarto com as mulheres da minha família. Uma hora inteira. Tempo suficiente para atrasar o café da manhã e espalhar tensão pelos cômodos da mansão. Assim que ela desceu, com aquele andar firme, percebi nos olhos dela: estava brava. Comigo. E com certeza já tinha recebido uma explicação para o que está acontecendo com o corpo. Ou pelo menos, parte dela.
Ela puxou a cadeira. Me ignorou. Falou com todos na mesa menos comigo.
Minha ratinha está chateada. Que lindo.
Essa é a primeira vez que ela se chateia comigo. Que fofo.
— É sério que vai me ignorar? — provoco, mantendo a voz baixa, olhando de soslaio para o canto da mesa onde ela se serve de chá.
— Não falo com mentirosos. — responde sem hesitar.
— Eu não sou mentiroso. Eu só exagerei na verdade. — tento sorrir.
— Eu acreditei no que você disse. — me encara com aqueles olhos grandes, honestos, inocentes demais pra este mundo. — Eu entrei em pânico, pensei que estivesse falando sério. Você foi muito maldoso. Sério