Passeio até a cachoeira.
Chego ao quarto devagar, tentando não fazer barulho. Helena está de costas para a porta, apenas de toalha, passando creme pela pele clara. O cheiro doce e fresco invade o ambiente, misturando-se ao leve aroma de sabonete que vem do banheiro. Ela não percebe minha presença, e eu fico alguns segundos apenas admirando aquela cena. Cada movimento é lento, concentrado, como se ela estivesse tentando se acalmar por dentro enquanto espalha o creme sobre a pele.
Dou alguns passos silenciosos e me aproximo. Não resisto: encosto o rosto em seu pescoço úmido e deixo um beijo rápido ali, inspirando seu perfume. Só que ela se assusta e, num reflexo, me acerta com uma cotovelada certeira bem nos Países Baixos. Preciso me ajoelhar de tanta dor; sinto uma pontada aguda subir até a barriga. É passageira, eu sei, mas dói como o inferno.
Ela se vira assustada, olhos arregalados, e parece perceber só agora quem era. Mas, em vez de correr para me ajudar, começa a rir tanto que se segura na penteadeira pa