O silêncio cortava o escritório de vidro como uma lâmina. O sol da manhã batia nos prédios de concreto da cidade, mas dentro da sala do 38º andar, o ar parecia pesado demais para respirar. Fernando não conseguia desviar os olhos do tablet em sua mão. As imagens, embora sem som, eram claras como água: sua secretária, Helena, saindo do prédio, o carro freando bruscamente… e o impacto.
Por dias, ele tentou se convencer de que aquilo tinha sido apenas um acidente. Circunstâncias infelizes, talvez uma distração. Mas o que Fernando acabara de lhe mostrar mudava tudo.
— Foi ela, Lion. — A voz do amigo era firme, porém cheia de pesar. — Jennifer estava lá. Ela não só estava lá… como planejou isso.
Lion ergueu os olhos lentamente. Seu maxilar tremia, os olhos escurecidos pela fúria que crescia como uma tempestade.
— Tem certeza? — A voz saiu baixa, controlada, como se cada palavra estivesse sendo forçada por entre os dentes.
Fernando assentiu, abrindo uma pasta sobre a mesa. Fotos, r