Suzan, sempre teve um grande exemplo de família perfeita, pois tem um irmão que pode contar quando precisar e pais que são a maior base de apoio que um filho poderia ter. Tudo que ela mais desejava era esse modelo de família. Com um marido presente e compreensivo e filhos que se ajudam. Todavia, os parceiros com quem se envolvia não enquadraram nos seus parâmetros e depois de alguns anos ela parou de procurar, até que se apaixonou perdidamente pelo melhor amigo do seu irmão. Suzan teve um vislumbre de como Thomás era com a falecida esposa, por ter sido a obstetra dela e achava que seria ele o homem ideal para formar sua família, cuja desejava ter 15 filhos, porém o destino foi um tanto cruel. Além de Thomás não cair de amores por ela, também era infertil, mas Suzan não fazia ideia disso. Entre recusas para um cafezinho e os desprezo da pessoa que ela passou meses idealizando uma família feliz, Lucien um homem decidido e de bons ideais acaba caindo de paraquedas em sua vida. Ele não é o que ela procura, mas cabe perfeitamente em tudo que deseja e de quebra trará consigo, trigêmeos ruivinhos lindos e uma cachorrinha chamada Buuh, que ganhará o seu coração. Ela queria loucamente formar uma família e Lucien levou a dele para dentro da vida dela!
Leer másAmar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor.
SEIS MESES ANTES | ROMA/ITÁLIA
LUCIEN GIORDANNO
◈ ━━━━━━ ◈ ━━━━━━ ◈
Estou em busca de um depósito para estabelecer minha fábrica de queijos, passei o dia entrando e saindo de lojas minúsculas que não atende o que desejo. Estressado por mais um dia sem êxito, sai da quinta visita do dia com um desânimo muito grande desejando loucamente nem ir a última.
— Preciso encontrar o quanto antes um lugar, de preferência com dois andares, assim colocarei minha fábrica no de cima e a loja no de baixo. — alisei meu rosto devido ao cansaço — Estou a 4 dias longe de casa e se voltar agora não faço a menor ideia de quando poderei vir ao centro de Roma novamente.
Primeiro que seis horas e meia de viagem não é algo fácil e segundo que, quando estou em casa me recuso a deixar meus filhos e minha fábrica, que graças a virgem Maria vem crescendo no mercado e prevejo meu selo DOP cada vez mais perto. Possuo um selo IGP, a pouco mais de um ano e com isso as vendas triplicaram, e se o DOP vier, o céu é o limite.
Desde que o número da minha produção aumentou, gerando uma renda considerável, venho idealizando deixar Monza para trás, a pequena província que chamei de lar durante tantos anos. Não foi uma decisão fácil, só que com os negócios aumentando gradativamente exige uma localidade melhor, pois a cada dia consigo clientes novos, e Roma é a metrópole que preciso no momento, pois tem cerca de 40% dos meus clientes perdendo somente para Florença com 58% das minhas vendas.
— Até procuraria por lá, mas quero algo próximo aos meus pais, assim eles veem as crianças. — murmurei caminhando.
Depois de alguns minutos entrei em uma rua mais estreita, enquanto deixo meus pensamentos seguirem firme nas coisas da loja.
Mesmo que tenha uma quantia que nunca imaginei possuir em minha conta, ainda não é o suficiente para comprar um prédio de dois ou três andares nesta cidade. Todos que vi, excede o valor que possuo em mãos, mas para o que desejo fazer, na verdade, boa parte do que planejei, um ou dois andares daria, entretanto nada me agrada.
Visitas frustrantes e desanimadoras vem me fazendo considerar essa mudança, porém não sou do tipo de parar no meio do caminho. Puxei o ar com exagero deixando claro minha inquietação.
— Tenho que encontrar o lugar certo o mais rápido possível. Odeio ficar longe dos meus filhos. — grunhi pensando no meu caçula — Ultimamente vem tendo crises que muito me preocupa. Que a virgem Maria cuide do Bento e que não tenha uma dessas, na minha ausência.
Enquanto caminho pelas ruas históricas de Roma, minha mente se inunda com meus filhos e na última que deixou os três bem abalados, porque eles tentaram de tudo para segurar o irmão, mas foi em vão.
— Se voltar agora pra casa levarei mais um ou dois meses para conseguir retornar a procura de um lugar. — exclamei alisando meu rosto — Nenhum dos meus funcionários cuidará da maturação como eu.
Estou com saudades dos meninos, tento me distrair, ocupar minha mente com a busca por um lugar adequado, mas a lembrança daqueles rostinhos sorridentes quando estão comigo invade meus pensamentos e me deixa com um vazio inquietante.
Olhei para o endereço em meu celular para localizar a última visita do dia. A rua não é movimentada, mas dá para fazer o que desejo.
— Só as vendas que tenho aqui em Roma vão suprir qualquer estabelecimento que eu tenha. — murmurei voltando a caminhar.
Mais a frente achei o lugar. Encontro-me em frente a um prédio antigo que parece promissor. Os tijolos desgastados pelo tempo e a arquitetura imponente me fazem imaginar o potencial do lugar e como ficará bonito se caso consiga a locação.
— Que seja esse! — respirei fundo tentando reunir coragem para entrar — Caso não, voltarei para casa amanhã no primeiro horário.
Adentro do prédio e sou recebido pelo corretor com um olhar assustado.
— Boa tarde, Lucien Giordanno? — concordei — Já ia te ligar para avisar da minha chegada.
— Poderia me mostrar o lugar, estou ansioso? — concordou.
— Aqui ao lado tem uma pequena loja, venha. — sai do corredor e fui para um cômodo realmente pequeno e nem que eu quisesse conseguiria acoplar um pequeno restaurante aqui — Não fiquei triste, vamos ao local que será sua nova fábrica.
Gostei do otimismo e o segui desejando seja esse o lugar ideal.
Voltamos para o corredor onde estávamos e me convidou para seguirmos adiante até o fim dele. Uma escada de pedra se revelou atrás de uma porta que nos leva direto a um porão escuro e bem úmido. Mesmo com a pouca luminosidade vejo que antigos barris de vinho estão empilhados ao fundo repletos de teia de aranha.
Olhei de encontro a única claridade que vem de uma uma pequena janela. Corri meus olhos em busca de outra, mas só tem essa e quando a luz foi ligada observei cada canto com minúcia.
Tentei visualizar minha fábrica de queijos aqui, mas senti que ainda não era esse o lugar.
Expliquei a ele que a umidade não seria bom para os tipos de queijo que produzo e que a loja no andar de cima não é bem o lugar que desejo. Me ofereceu uma visita em outro prédio amanhã me prometendo o lugar ideal. Fiquei na dúvida, mas a localidade mencionada me deixou ansioso e aceitei.
— Então é isso Lucine — apertei sua mão e juntos saímos do lugar —, nos vemos amanhã.
Assim que entrou em seu carro voltei a caminhar para onde deixei o meu. No caminho meu telefone tocou, vi ser Vanuza e desanimado atendi levando ao ouvido.
— Lucien, vira para casa quando? Bento está insuportável.
— Insuportável? Sério que usou essa palavra para descrever o comportamento do nosso filho? — grunhiu por meu questionamento.
— Sabe que não entendo nada que esse garoto diz, sem falar naquela cachorra que não larga nem por um segundo. Vou colocar esse bicho no porão.
Cogitei parar e entrar em mais uma discussão, mas estou tão cansado disso que segui meu caminho até meu carro tentando não reclamar pelo jeito que fala do nosso filho.
— Virá para casa quando? — tornou a questionar.
— Ainda tenho algumas coisas para resolver aqui, Vanuza. — começou a gritar dizendo várias asneiras me deixando tonto — Deixe-me conversar com ele.
Escutei berrar seu nome me deixando agoniado.
— Para com isso, a casa é pequena, é só chamar por ele.
— Vem cá, larga esse bicho aí e vem falar com seu pai! — não demorou muito para escutar sua respiração ofegante.
— Filho, respire devagar. — pedi e não obedeceu — Eu te amo tanto, e saber que estar desse jeito me deixa triste. Vamos lá… por favor, respire devagar.
— Pa-pa-pa… — grunhiu por não conseguir falar — amo!
— Eu sei, eu também te amo muito. Agora conta pro pai, seus irmão estão bem? — perguntei, porque gosto de incentivá-lo a falar.
— Si-si-sim! — Vanuza resmungou alguma coisa e não faço ideia do que seja.
— Papai está procurando um lugar para morarmos perto da vovó e do vovô. Não tem como ir para casa agora, tudo bem?
— Tá! — sua respiração ofegante não me agrada muito.
— Guarda um segredo só nosso, não conte a mamãe, pode ser?
— Si-si-si… si-sim!
— Pede a Inácio para ir contigo, ele é bem corajoso, leva a Buuh para a fábrica e coloca na sala do papai. — pedi e não disse que faria — Pode fazer isso por mim?
— Ta-ta-ta bem! E-e-eu… te-te-te amo. — fiquei feliz de conseguir acalmá-lo mesmo estando longe.
— Dá o telefone a sua mãe e esconde a Buuh, vai! — com dificuldade me pediu benção — Deus te abençoe e a virgem Maria também.
Estava prestes a desligar quando a voz alterada da Vanuze berrou em meu ouvido.
— Virá ou não? — disse que não — O que faz em Roma que não vem para casa há tantos dias?
— Resolvendo umas coisas. Tenho que desligar, vou para casa dos meus pais.
— Virá, amanhã?
— Por que essa curiosidade toda? A gente não tem nada a tanto tempo que desconheço esse questionamento. — ela ficou calada — Diga?
— Saudades, faz 4 dias que não vem para casa, meu amor. — estranhei o carinho forçado — Vem amanhã!
— Tenho que desligar. — finalizei e entrei no carro.
Com uma leve dor de cabeça que se tornou algo corriqueiro.
— Preciso de um banho, lidar com a Vanuza é sufocante demais. — soquei meu volante — Esse casamento só existe por causa dos meus pais e suas conservações, estou no limite e falta pouco para acabar de vez com essa situação!
Uma hora ou outra a gente precisa de um abraço apertado para afrouxar a corda do pescoço.— Joab BrandãoSUZAN MATTIAZZOFLORENÇA/ITÁLIA | 23:00◈ ━━━━━━ ◈ ━━━━━━ ◈Passei somente três dias na vila porque não aguentava mais ver a felicidade da minha família quando anunciado que estou tentando algo Lucien. Me senti uma grande mentirosa e isso não me agrada em nada! Ainda mais por enganar a nonna e os meus pais desse jeito.De modo a não surtar com isso ocupei minha cabeça em ver um novo lugar para a nossa caffetteria e em segredo junto ao Giuseppe, decidimos trazer a marca dos Mattiazzo e terá o nome da antiga padaria da nonna, Pane e Dolci Mattiazzo. E entre ligações de vídeos, chamadas e visitas nas casas dos meus tios, passei o dia de ontem pegando fotos antigas dos meus avós, pais e tios e obviamente todos os netos da dona Ginevra fazendo pães entre outras gostosuras para colocar nas paredes do lugar que ficará magnífico!Sou leonina e Giu é de Touro, a quem não acredita nessas c
Eu soube, desde a primeira vez que te vi, que corria o risco de te querer. — Mafê ProbstLUCIEN GIORDANNO◈ ━━━━━━ ◈ ━━━━━━ ◈Eu virei o assunto entre eles, o que deixou Bento sorridente. A agitação do irmão despertou outros dois que se juntaram ao vídeo. Suzan traz no rosto um sorriso lindo e acho que meus filhos são os motivo.Fiquei servindo de apoio para o telefone enquanto eles falam sobre tudo, e quando digo eles, quero dizer, que até o Bento está falastrão.— Eu quero ser médico, igual a tia Val e você, mas vou cuidar de corações. — Benício falou com orgulho. — Eu vou ser como a vovó, quero cozinhar e deixar as pessoas felizes. — Inácio declarou.Expliquei que ele adora fazer comida quando estou na cozinha e que junto a minha mãe tem um livros de receitas feitas por eles.— E você Bento, o que deseja ser? — ela perguntou e por ser uma frase muito grande e bem desafiadora suas mãos ficaram tremendo enquanto tentava falar, mas ele não desistiu — Ei! Calma, uma palavra de cada v
Não existe satisfação maior do que continuar sendo você mesmo diante de tantas coisas que nos convidam para não ser.LUCIEN GIORDANNOJóse lucas MoreiraMONZA/ITÁLIA | 15:50◈ ━━━━━━ ◈ ━━━━━━ ◈As crianças estavam dormindo em cima de mim quando meu telefone tocou e por estar no meio de três e mais uma cachorra que deitou em cima dos meus pés tive dificuldades para pegar o telefone.— Essas Bento está cada dia mais pesado! — murmurei puxando ele um pouco mais para cima do meu peito — Vem cá!Chamei inutilmente por meu telefone puxando do meu bolso. Ele parou de tocar e ia desistir de procurá-lo quando voltou a soar e com medo de acordar e lutar contra meu jeans finalmente alcancei. Meu sorriso se fez presente quando constatei ser a Suzan, finalizei a chamada e retornei em vídeo. Desejo ver o rosto dela.— Oi! — ficou me encarando e acho que por Bento está deitado em cima de mim aguçou sua curiosidade — Desculpa, posso ligar outra hora.Falou sussurrando e disse que pode continuar.—
Não é porque eu carrego bem que o fardo não é pesado.SUZAN MATTIAZZOVILA MATTIAZZO | 12:00◈ ━━━━━━ ◈ ━━━━━━ ◈A manhã foi a mais divertida em anos, contei à minha mãe da Vega e Ninho afirmou sentir uma atração por ela levando uns tapas da Valéria que não tem vergonha de dizer que um penis tirou dela a mulher da sua vida.O momento foi engraçado e rendeu boas risadas, o que tirou o foco de cima de mim e do grosseirão do Lucien.— Que cara é essa? — sai dos meus devaneios com Giuseppe sentando-se ao meu lado e deitando a cabeça em meu colo com seus cachos lindos e volumosos caindo sobre minhas pernas — Você estava tagarelando agora pouco, o que aconteceu?— Pensando, mama veio com uma ideia de me juntar com Lucien, o irmão gêmeo da Valéria.— Ele deve bonito, já que a ruiva é perfeita, mesmo quando rir, que fica parecendo uma porca puxando o ar pelo nariz, mas é linda. — Eu ouvi isso, Giuseppe! — ela reclamou por estar a pouco mais de um metro de nós — Você é lindo e faria um filho
Você não decide as tempestades, mas decide os abrigos.LUCIEN GIORDANNOMONZA/ITÁLIA | 04:50◈ ━━━━━━ ◈ ━━━━━━ ◈Passei a noite pensando em como minha vida se transformou nessa merda, onde meus filhos que mal os vejo estão longe de mim, minha ex-mulher vive me pedindo dinheiro para alimentar as crianças e quando levo o que eles gostam de comer ao invés do dinheiro, ela se acha no direito de me humilhar e fico calado para não perde a oportunidade de ver meus meninos.— Estou no fundo do poço emocional, pois na fábrica as coisas vão bem e estou pensando em criar um queijo novo, só não sei qual, mas estou. — murmurei.Sai dos meus devaneios particulares para lembrar de uma certa mulher. Na hora que vi seu lindo rosto fiquei fascinado de como é bonita, mas é do tipo que quer tudo do jeito dela e não é assim que as coisas funcionam comigo.— No início me animei achando que teria a oportunidade de me envolver com uma pessoa magnífica, já que passei os últimos cinco meses ouvindo incessantem
Talvez o amor não deva ser encontrado, mas construído. SUZAN MATTIAZZO ◈ ━━━━━━ ◈ ━━━━━━ ◈ A ansiedade e curiosidade para saber como ele é, me deixou nervosa e com medo que desligasse atendi. — Desculpa a demora, fui acender a luz. Menti na cara dura me cobrindo, porque meu baby doll é de alcinha e estou sem sutiã. Olhei a tela preta e fiquei curiosa para saber o porquê de não ver seu rosto. — Deveria ligar a luz, não consigo te ver direto. — Só um segundo. — escutei um barulho e o teto apareceu logo em seguida, mas ele não e fiquei esperando — Voltei! Segurei minha boca fechada para a figura emoldurada pela tela do meu celular. Lucien é lindo! Meus olhos não piscavam com a tamanha beleza desse homem. A camisa preta realça ainda mais seus cabelos ruivos e sua pele cheia de sarnas lhe dão a marca de um legítimo ruivo. Seus lábios são grossos e rosados e a cor dos seus olhos se assemelham a um castanho alaranjado. Meu Deus, não era de se esperar menos, ele é gêmeo da Valéria e
Último capítulo