A madrugada engolia a clareira enquanto Ana e Adam desapareciam entre as árvores. O som abafado dos passos sobre folhas úmidas e galhos secos parecia mais alto do que deveria. Cada estalo era um aviso: alguém poderia ouvir. Alguém poderia estar perto demais.
Ana segurava firme a alça da mochila improvisada, o corpo ainda dolorido da noite anterior, mas o coração já dominado pelo instinto de sobrevivência. O olhar de Adam estava fixo no caminho à frente — ou no que ele acreditava ser um caminho. A lanterna em seu celular piscava, quase sem bateria, lançando feixes breves de luz entre os troncos retorcidos da floresta.
— Você confia nele? — sussurrou Ana, ofegante, referindo-se a Nico.
— Não. Mas confio no fato d