A clareira sumiu. O tempo sumiu. Liam estava em um lugar que não era lugar: um vazio feito de fumaça e som. No reflexo do espelho, viu a si mesmo — mais velho, os olhos brilhando como os de Caius, cercado por pessoas que o reverenciavam. Ele curava com um gesto. Criava fogo com o olhar. Erguia pontes com o pensamento. Era um deus entre homens.
Mas também viu outro reflexo: ele, com os olhos tristes, as mãos sujas de sangue. Cercado por ruínas. Por gritos. Por caos.
A voz de Caius ecoou ao redor:
— Você pode salvar… ou destruir. Mas o mundo precisa de você desperto. Precisa de um novo guardião. Um novo condutor.
— Eu não sou você — Liam respondeu.
— Não. Mas também não é apenas eles. — A imagem de Adam e Ana surgiu, cercados por flores. — Você é a encruzilhada.
Liam fechou os olhos.
E quebrou o espelho com as próprias mãos.
A explosão de energia jogou Caius para trás. O espelho rachado caiu na neve como um animal morto. Liam estava em pé, os olhos agora calmos.
— Eu escolho ser livre —