A noite ainda parecia acesa quando Allegra deixou a galeria, envolta num casaco leve e nas palavras que ainda ecoavam como aplausos dentro dela.
Lucca caminhava ao seu lado com o violino nas costas, e Sophia seguia à frente, completamente embriagada — de emoção e de duas taças a mais de espumante.
— Eu exijo tapas — disse Sophia, com os braços erguidos. — E música espanhola. E uma sobremesa que pareça uma explosão emocional.
— A sobremesa é você — respondeu Allegra, rindo.
— Eu sei, eu sou uma bomba de açúcar. Mas ainda quero outra.
Acabaram num restaurante pequeno e escondido numa ruela do Bairro Gótico, onde o garçom tinha cara de ator de cinema antigo e o cheiro do azeite no ar parecia uma poesia quente.
Sentaram numa mesa do lado de fora, com uma manta sobre os joelhos, a cidade ainda vibrando ao redor.
— Você foi um furacão, Bianchi — disse Sophia, abrindo o cardápio com a dramaticidade de uma diva. — As pessoas falavam seu nome como quem fala um segredo. “Allegra Bianchi, Allegr