Capítulo 16

Na manhã seguinte, fui despertada por uma luz quente invadindo o quarto e pelo som familiar de Sophia cantarolando algo em francês — provavelmente errado — enquanto mexia em potes na cozinha.

Estiquei os braços, sentindo o corpo ainda leve da noite anterior. O encontro com Lucca permanecia em mim como um perfume discreto: não invadia, mas voltava em ondas inesperadas.

Louis, o gato, se espreguiçava preguiçosamente aos pés da cama, como se dissesse:

“Hoje é um bom dia para começar de novo.”

E talvez fosse.

Na cozinha, encontrei Sophia de avental, com farinha no rosto e uma bandeja de muffins meio tortos, mas incrivelmente cheirosos.

— Bom dia, minha artista famosa — disse ela, erguendo uma sobrancelha. — Dormiu bem ou passou a noite sonhando com violinistas misteriosos?

— Talvez os dois — respondi, sorrindo enquanto pegava uma caneca de café.

Ela me observou com olhos atentos, como quem enxerga além das palavras.

— Tem algo diferente em você. Tá com aquele brilho no olhar de quem tá pr
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