O dia amanheceu como se nada estivesse errado.
Sol filtrando pelas cortinas.
A mansão Morelli em silêncio.
Serena acordou primeiro, como de costume.
Virou-se na cama, esticando a mão.
— Dante?
Nada.
Sentou-se, ainda sonolenta.
Vestiu o robe, atravessou o corredor.
Nenhum sinal dele.
— Adriana — chamou pelo celular —, Dante saiu mais cedo hoje?
— Não que eu saiba. Achei que ele estivesse com você.
O frio na espinha veio antes do raciocínio.
Desceu as escadas correndo.
A porta da frente estava entreaberta.
Do lado de fora… um carro parado.
Mas não o de Dante.
Um dos seguranças, hesitante, disse:
— Encontramos isso no portão.
Era uma caixa pequena.
Preta.
Sem marca.
Serena a abriu com cuidado.
Dentro, um bilhete escrito à mão, letra familiar:
“Você pode controlar uma cidade inteira, Serena.
Mas ainda não aprendeu que
amor é fraqueza.
Dante está comigo.
E cada minuto… custa uma escolha.”
Assinado com uma única letra:
C.
—
Serena não gritou.
Não chorou.
Mas por dentro, tudo desmoronou.
Adr