O avião pousou ao entardecer.
Serena desceu as escadas da aeronave com os olhos fixos na linha do horizonte, onde o sol tingia as montanhas de dourado.
Ela estava sozinha.
Adriana ficou em Roma, monitorando os movimentos de Caprini e cuidando do Conselho interino.
Dante quis ir, claro. Mas Serena recusou com um beijo na testa e uma ordem silenciosa.
"Algumas guerras precisam ser minhas."
—
Palermo.
Coração da antiga Cosa Nostra.
Terra onde a máfia não se escondia — era o próprio tecido da cidade.
Aqui, nomes falavam mais alto que leis.
E o sobrenome di Ravello ainda ecoava entre becos e jantares abafados por promessas.
Serena vestia preto.
Cabelo preso, maquiagem neutra.
Parecia uma viúva.
Ou uma sombra disfarçada de mulher.
Mas no bolso interno da jaqueta…
ela carregava a última carta da mãe.
E o retrato de uma mulher de olhos escuros que ela jamais esqueceu.
—
O endereço a levou até uma vinícola antiga nos arredores de Corleone.
Do lado de fora, parecia abandonada.
Mas Serena sabia: