A mansão estava quieta demais.
Dante viajara para negociar uma nova rota de segurança no norte da Itália.
Vittoria tinha sumido desde o jantar com os Bellini.
E eu…
Fiquei.
Como rainha de um castelo prestes a ruir.
—
Às 21h40, ouvi o primeiro som.
Baixo.
Metálico.
Um estalo no sistema de segurança.
Levantei do sofá, em silêncio.
Tirei a adaga presa à coxa, a mesma que usara no jantar com Giulia.
A mesma que não era só adorno.
Lorenzo apareceu no corredor.
Sem expressão.
Sem palavras.
— Perimetral ativada? — perguntei.
— Sim. Três pontos violados. Portão lateral, jardim e acesso pelo porão.
— Invasão coordenada?
— Ou suicídio muito bem planejado.
—
Descemos juntos.
Sem luzes.
Sem som.
A mansão parecia prender a respiração conosco.
No jardim, três corpos.
Invasores.
Já abatidos pelos guardas silenciosos da madrugada.
Mas um deles… segurava um bilhete ensanguentado.
Peguei com cuidado.
Era simples.
"Ela está na casa.
Vê se consegue tirá-la viva desta vez.
— G."
—
— Ela quer me sequestrar