Matheus narrando
O gosto dela ainda estava nos meus lábios quando deixei a mansão. Cada lembrança de Valéria era como um veneno viciante correndo nas minhas veias. Eu podia jurar que o perfume dela ainda grudava em mim, impregnado na pele, e isso me deixava insuportavelmente inquieto.
Entrei no carro e encostei a cabeça no banco por alguns segundos, respirando fundo. Eu precisava me recompor. Precisava deixar de lado o que havia acontecido entre nós naquela tarde e vestir a máscara de sempre: frio, calculista, no controle.
Mas, por dentro, eu estava em chamas.
O caminho até o restaurante passou quase sem que eu percebesse. Quando me dei conta, já estava estacionando, ajeitando o paletó e descendo para entrar no ambiente reservado. O lugar era discreto, escolhido a dedo para reuniões como aquela, longe de olhares curiosos.
A mesa estava posta, e os convidados já me esperavam. Cumprimentei cada um, me sentei e deixei que a reunião seguisse o curso. Falamos de números, de investime