Valéria narrando
O quarto ainda parecia carregado da intensidade do que tinha acabado de acontecer. Meu corpo ainda tremia, não sei se de raiva, de desejo ou da mistura insana dos dois. Eu queria gritar com ele, jogar na cara o quão absurdo era o que Matheus tinha feito , me prender, me possuir daquela forma, como se eu fosse apenas dele.
E, no entanto, quando fechei os olhos, tudo que eu sentia era a força dos braços dele me segurando, o calor da pele, o peso do corpo dele contra o meu. Eu estava indignada, sim. Mas me entreguei. Me rendi.
Era como se houvesse algo mais forte do que eu, uma corrente que me arrastava para ele, e quanto mais eu tentava resistir, mais presa eu ficava.
Passei a tarde inteira ao lado dele. Entre carícias e silêncios pesados, entre beijos que pareciam mais brigas e brigas que terminavam em beijos. Matheus me olhava como se fosse capaz de me devorar inteira e, estranhamente, aquilo me fazia sentir viva, desejada… dele.
— Você não faz ideia do qu