Capítulo 17

Matheus narrando

O gosto do beijo ainda pairava em meus lábios quando finalmente afastei a boca da dela. Meus olhos queimavam de raiva, mas também de desejo. Valéria me olhava assustada, os lábios ainda entreabertos, o peito subindo e descendo rápido.

— Eu não gosto do jeito que o Eduardo olha pra você — soltei, a voz grave, rouca, carregada de um ciúme que não me deixava em paz.

Ela arregalou os olhos, surpresa com minhas palavras. — Matheus… não fala isso. Não tem nada a ver. Eu e o Eduardo nos gostamos como irmãos, só isso.

Um riso curto e amargo escapou da minha boca. Encostei ainda mais meu corpo no dela, mantendo-a presa contra a porta. — Irmãos? Você acha que eu não sei reconhecer um olhar? Eu conheço muito bem o olhar dele, Valéria. E não é de irmão. É de homem apaixonado.

Ela franziu o cenho, tentando se soltar, mas minhas mãos continuavam firmes em sua cintura. — Você está exagerando. Eduardo e eu nos conhecemos desde pequenos. Ele sempre esteve do meu lado. Eu g
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