O corredor parecia longo demais quando Isadora e Henrique subiram juntos, lado a lado. Ela mantinha o olhar fixo na frente, o buquê já abandonado em algum canto da casa, e o vestido pesado dificultando os passos. Henrique, por sua vez, parecia absurdamente tranquilo ou ao menos fingia bem. Carregava o paletó dobrado sobre um braço, como se aquilo fosse apenas mais uma noite comum.
Quando a porta se fechou atrás deles, o silêncio caiu denso.
— Nem acredito que vou conhecer Paris — comentou Henrique, com um sorriso preguiçoso, enquanto largava o paletó sobre a poltrona mais próxima.
Isadora lhe lançou um olhar fulminante por sobre o ombro.
— Você não deveria contar vantagem antes do tempo, Henrique.
— Não? — Ele ergueu as sobrancelhas, divertido. — Duvido que consiga ir contra a sua mãe. Além disso, qualquer casal apaixonado precisa de uma lua de mel depois de casar.
— Acha mesmo que isso aqui parece digno de uma lua de mel? — rebateu, puxando com dificuldade o zíper do vestido. A peça