O zumbido insistente do telefone perfurou o silêncio da madrugada. Dante abriu os olhos de repente, e seu corpo reagiu antes da mente. Sentou-se com um resmungo baixo, deslizando a mão pelo rosto na tentativa de afastar o peso do cansaço. Mal tinha conseguido fechar os olhos, com a imagem de Svetlana ainda queimando seus pensamentos.
Pegou o celular na mesinha de cabeceira e atendeu em voz baixa.
— O que houve?
— É Adriano, chefe — respondeu a voz firme de seu homem de confiança em Milão —. Temos um problema.
Dante levantou-se imediatamente, um mau pressentimento apertando suas costas. Dirigiu-se à janela, onde a escuridão ainda envolvia a propriedade.
— Fala.
— Franco Moretti foi executado há duas horas.
O ar ficou denso em sua garganta.
Moretti não era apenas um aliado; era a ponte entre os Bellandi e os De Luca, o homem que garantia que a trégua em Milão com a Camorra não se tornasse um banho de sangue e, além disso, era irmão de Fabio. Sua morte não era uma simples vingança. Era u