Dante observava o espaço com um olhar penetrante. Sabia que a construção do teatro levaria tempo, e então uma ideia surgiu de forma inesperada — quase como uma solução provisória. Por que não criar um espaço temporário para Svetlana? Um lugar onde ela pudesse dançar. Onde pudesse praticar suas rotinas. Um ambiente onde ele pudesse observá-la, sem que ninguém mais a interrompesse.
De repente, tudo ficou claro.
—Limpem este lugar —ordenou com firmeza, como se já soubesse exatamente o que queria. O tom de sua voz era autoritário, mas havia algo por trás, algo mais íntimo, mais visceral.
Os operários entraram em ação, sem questionamentos. Não precisavam de mais instruções.
—Espelhos —disse ele, e o som das ferramentas preenchendo o salão vazio soou como música aos seus ouvidos. —Que cubram todas as paredes. Piso de madeira. Iluminação suave, mas que destaque cada movimento.
Eram materiais originalmente destinados ao teatro, mas ele se encarregaria de repô-los mais tarde.
Seu olhar percorr