Alice Narrando.
Eles entraram de mãos dadas.
De mãos dadas.
Foi como se o chão tivesse sumido debaixo dos meus pés. Eu podia jurar que ele não teria coragem de mostrar aquela mulher ali... depois de tudo. Depois do que aconteceu entre nós. Depois da noite que ele passou comigo.
Mas ali estava ele. Olívia ao lado, como se nada tivesse acontecido. Como se eu fosse uma louca qualquer que tivesse inventado tudo.
Meu coração parecia que ia explodir no peito. A raiva me subia como fogo pela garganta. Cada palavra dela "foi apenas uma distração", "um erro" me atravessava como uma faca. E quando meu pai... meu pai!... mandou eu calar a boca diante de todos, eu soube: ninguém estava do meu lado. Ninguém me enxergava. Ninguém me defendia.
Eu saí daquela sala com o corpo em chamas. Com os olhos ardendo. Com o orgulho em pedaços.
Entrei no meu escritório e bati a porta com tanta força que um porta-retrato caiu da prateleira. Eu não pensei. Eu não queria pensar.
Comecei a quebrar tudo.