Olívia
A primeira coisa que senti foi o frio.
Um frio interno, estranho, como se algo dentro de mim tivesse sido arrancado. Meus olhos abriram devagar, e a luz do quarto parecia agressiva demais. Tentei me mover, mas meu corpo doía como se tivesse sido atravessado por algo que minha mente ainda tentava entender.
Nada fazia sentido.
Estava deitada, envolta em lençóis brancos e silêncio.
E então veio o vazio.
Meu coração começou a bater mais rápido quando percebi que… eu não lembrava. Não lembrava como tinha chegado ali. Não lembrava por que meu corpo estava tão fraco. Só uma sensação sufocante no peito, como se algo terrível tivesse acontecido… e eu tivesse sido arrancada disso à força.
Mas, em meio à confusão, havia algo.
Um fragmento. Um flash.
Eu caía. Lentamente. Como se o tempo tivesse desacelerado. Como se meu corpo tivesse perdido o chão, e o mundo, o eixo.
Luz, sombra, barulho abafado.
E um rosto.
Um rosto borrado… sem forma, sem nome. Eu não sabia quem era. Mas ele estava ali.