Continuação.
Quase sem fôlego, enquanto eu ainda encarava a porta por onde tinham levado Olívia. — Você tá bem? Tá sangrando…
Eu virei o rosto lentamente.
Ela estava ali, ainda meio trêmula, com o corpo coberto por uma manta térmica, o rosto arranhado, os olhos vermelhos. Mas naquele instante... eu não conseguia sentir nada.
Ela parecia distante, como se pertencesse a outro tempo, outra vida.
Minha respiração ainda vinha em rajadas curtas. Meu peito doía, meu maxilar travado.
Mas antes que eu pudesse responder, uma enfermeira surgiu ao meu lado.
— Senhor Otávio? — ela olhou para a prancheta em mãos. — O senhor é o acompanhante da Olívia Souza?
— Sou. — falei sem hesitar, quase atropelando as palavras.
— Por favor, me acompanhe até a sala de atendimento. A equipe médica precisa conversar com o senhor.
Sem olhar de novo pra Alice, sem responder nada, eu segui atrás da enfermeira. Meus passos duros, acelerados, como se correr pudesse mudar o que eu estava prestes a ouvir.
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