O papel que Thomas me entregara ainda estava no bolso do meu casaco.
As palavras, curtas, precisas, pareciam escritas em aço:
“Reunião Extraordinária do Clube Dominus — Convocação por Evelyn Black.
Local: Galeria Velmont.
Data: 22h00.”
Nenhum detalhe além disso.
Nenhum convite.
Nenhum aviso sobre quem seria convocado, quem observaria, quem julgaria.
E, ainda assim, o peso do papel era o de uma sentença.
Durante todo o dia, evitei pensar no que aconteceria.
Mas havia algo dentro de mim — um pressentimento instintivo — dizendo que nada depois daquela noite seria igual.
Thomas não respondeu às minhas mensagens.
O silêncio dele, desta vez, não era afastamento.
Era preparação.
E eu sabia: quando um homem como ele se cala, é porque está prestes a desmontar o próprio trono.
A Galeria Velmont ficava no centro de Londres, entre ruas estreitas e prédios de arquitetura vitoriana.
Um espaço que sempre cheirava a verniz, luxo e perigo em doses precisas.
Cheguei pouco antes das 22h.
O guarda à port