Desci e encontrei a falsa mãe na sala. A amiga dela já tinha ido embora, o que agradeci mentalmente.
Encarei aquela mulher que segurava uma faca, mas os papéis estavam sobre a mesa.
— Pegou os papéis, mamãezinha? — falei com ironia, e ela se aproximou.
— Você não pode ser tão ingrata. Eu te criei com todo amor... e—
Interrompi com uma risada alta.
— Ah, faça-me o favor de ser sincera, titia. Só cuidou de mim — se é que isso pode ser chamado de cuidado — porque eu tenho uma herança que você deu um jeito de conseguir, não é mesmo? Vai fazer o quê? Me matar igual fez com meu pai, sua vadia? — questionei. Ela engoliu em seco, passou a mão pelos cabelos, nervosa.
— Eu... eu nunca fiz isso. Ele nos abandonou por sua causa.
— Ah, céus, ainda fazendo o papel de vítima? Tenha dó de si mesma! Você o matou, assim como matou minha mãe.
— Não, eu não a matei, ela morreu.
— Por sua causa! Quando ela precisava de uma irmã, você enfiou tudo no seu cu porque preferia se contentar com as migalhas de am