"Você é minha, está entendendo? -Connor olha intensamente em meus olhos, apertando minha cintura. -Se eu precisar atravessar o mundo para te seguir, eu irei. Estar na casa ao lado já é estar longe demais, raio de sol. -Preciso estar em Nova York no sábado. -Mordo o lábio, o analisando. -Vamos de jatinho ou de Mercedes? Não vai a lugar algum sem mim. -Ele avisa com a voz grave, fazendo minha pele arrepiar enquanto me puxa para si, colando nossos corpos e juntando nossos lábios." Victoria Evans não conta que sua vida pacífica vá ser abalada com a chegada de seu novo vizinho irritante na casa ao lado. Connor Jones, o herdeiro de uma fortuna que guarda um segredo obscuro e carrega uma culpa que Vic nem imagina. O bairro nunca esteve tão agitado, assim como os corações de Evans e Jones sendo separados por apenas uma janela ao descobrirem que o amor mora ao lado.
Ler maisPOV da Victoria
O que uma garota faz pelo seu irmão um governo não faz pelo seu país. Mais interesse em marketing que eu tenho só o interesse de um recém nascido em economia. Exato, nenhum, além de eles não entenderem nada sobre, igual eu com publicidade.
Mas aqui estou eu, bem longe da minha zona de conforto em Florence, no Oregon, no meu antigo quarto na casa da minha família em Las Vegas, me arrumando para um evento nada mais nada menos do que da Mercedes. Meu irmão mais velho, Christian, está cursando publicidade na universidade, o evento em si aconteceria ali em Vegas e o querido tinha a possibilidade de levar um acompanhante, então ele resolveu me arrastar.
A vontade que eu tinha de estar no meio de um monte de riquinho metido e mimado com o nariz empinado debaixo da saia da mamãe e do papai empresário que tinham como lema que o dinheiro para ser limpo precisa ser lavado, era nula. Mas a vontade que eu tinha de demonstrar apoio e amor ao meu irmão era infinita, então eu iria. Iria até o fim do mundo com as pessoas mais detestáveis por Chris. Já estava indo.
"Minha irmãzinha querida!" Ele diz, entrando no quarto.
"O que você quer?" Pergunto desconfiada.
"Ter certeza de que não mudou de ideia." Ele responde.
"O que você me pede sorrindo que eu não faço chorando?" Respondo com um sorrisinho.
"Saímos em quinze minutos." Ele avisa e eu assinto. Termino de tingir meus lábios de vermelho e aliso meu vestido uma última vez, conferindo meu reflexo no espelho. Certo. Vamos lá.
Entro no banco do carona do Volvo do meu irmão. Eu ganho um aluguel em outra cidade e ele um carro, já que eu preferi uma casa em outro estado e ele continuou morando com nossos pais, prioridades de cada um.
"Não me deixe sozinha." Peço ao chegarmos.
"Relaxa, maninha." Ele respondeu, sem me tranquilizar muito.
Por ser um evento fechado da Mercedes eu jurava que seriam poucas pessoas e que eu não gostaria de nenhuma delas. Mas eu estava enganada sobre a quantidade, a não ser que esse pessoal tenha um carro por pessoa, só pelo estacionamento lotado já dava para perceber que o lugar estaria cheio. Cheio de gente arrogante.
"Dá tempo de desistir?" Pergunto após descer do carro.
"Como você é engraçada. Vamos lá." Ele ri e me oferece o braço para ficarmos juntos e me confortar.
Um dos seguranças conferem nossos nomes na lista e nos entregam broches para prendermos no peito escrito "estudante" e "acompanhante." Entramos em um salão imenso de dois andares em formato circular, parecia um shopping gigante porém ao invés de lojas, tinham telas com vídeos dos carros mostrando detalhes de perto ou em alta velocidade por estradas desertas, quiosques com drinks e comidas e claro, os carros.
"Não precisamos ficar todos juntos, pois assim a perspectiva de cada um sobre o evento, da parte profissional sobre o marketing, vai ser única e podemos debater depois." Chris me explica.
"Como se você estivesse super focado em estar aqui unicamente pelos estudos." Provoco e ele ri.
"Estou fingindo costume."
"Se segurando pra não ir direto nas comidas, eu aposto." Dou risada também.
"Me segurando para não ir pegar senha para entrar em uma das naves. Fingindo que esse telão é a coisa mais interessante que eu já vi, pensando no que posso dizer na universidade depois para poder me divertir um pouco agora." Ele confessa.
"Não é toda noite que passamos em um lugar assim, né?" Ergo uma sobrancelha. "Nunca tinha visto tanta gente usando grife em um só lugar."
"Vic, você está estonteante, se não fosse minha irmã eu estaria jurando que tem mais dinheiro que os próprios Jones."
"Quem?"
Ele me encara esperando eu demonstrar ser piada, mas como eu não faço isso, ele suspira e me explica:
"Só uma das famílias mais ricas do país e donos deste evento."
"Eles são donos da Mercedes?"
"Não, eles são donos de garagens e oficinas de carros de luxo, o que inclui eventos privados como estes. Eles tem um filho da sua idade, é um bom partido." Chris ergue uma sobrancelha.
"Você está querendo vender sua irmã? Eu recuso, obrigada. Preciso de uma bebida." Digo enquanto o arrasto para o bar e peço uma bebida cor de rosa de morango, leite condensado e vodka. Era servida em uma taça junto de um canudinho colorido.
"Pela fortuna dos Jones eu venderia a minha alma."
"Que horror! Aposto que não suportaria um segundo perto dessa família. Qual será a preocupação do filho deles? Ir em baladas caras e gastar mais dinheiro em uma noite do que a maioria das pessoas ganha na vida inteira? O papai não liberar a mesada de um milhão?" Questiono bebericando meu drink. Super doce, mas bom.
"Se eu fosse o filho deles, minha maior preocupação no momento seria quando eu poderia estrear uma belezinha dessas. Vamos ver de perto. Vem, aproveite um pouco o evento de cidade grande antes de voltar para Florence."
Foi tudo em questão de segundos. Eu estava de frente para o bar, o novo carro da Mercedes estava na direção contrária, meu irmão deu meia volta em torno de si e eu fui o seguir, ao mesmo tempo que algum sem noção inconveniente parou bem atrás de mim para perguntar:
"Florence? Você é de Florence?" Enquanto minha bebida deixava a taça para colorir meu vestido e a camisa branca do homem, pois não o vi se aproximando e ao me virar para sua direção, nos batemos. Eu dou um passo para trás, cambaleante e derrubo a taça, que se quebra em mil pedacinhos no chão. "Me desculpe, não quis te assustar."
"Imagina se quisesse!" Balanço a cabeça, meu peito se movendo rapidamente por minha respiração acelerada.
O homem era dono de uma beleza exuberante, era bem mais alto que eu, seus cabelos loiros ondulados penteados para trás me proporcionavam uma visão clara de seus olhos verde esmeralda que me analisavam atentamente enquanto seus lábios fartos estavam levemente apertados. Olho para a mancha cor de rosa em sua camisa e não consigo evitar perceber o contorno de seus músculos por baixo do tecido molhado grudado em seu corpo, perfeitamente desenhado. Naquele momento, eu o detestei.
Pov da Victoria Eu havia passado uma semana a mais em Vegas. Contraditório, eu sei, considerando que depois do evento da Mercedes em que eu vivi mais em uma noite do que na minha vida inteira, eu só queria voltar para casa de uma vez. Mas ao invés de fazer o que eu sempre fiz e ter saído correndo para me isolar e afundar na cama até fazer uma sombra do meu corpo dela, eu preferi passar mais um tempo com as pessoas que me amavam, a minha família. Após passar mais uma semana sendo paparicada e mimada por meus pais e Chris como a bonequinha da família, eu iria voltar para a minha casa em Florence de avião e estava sendo levada para o aeroporto no banco do carona do Volvo, com meu irmão mais velho dirigindo e cantando, ou melhor, gritando músicas country a plenos pulmões.“Você nunca nem foi à uma fazenda, Chris.” Dou risada com sua imitação barata de sotaque do interior, cantando da mesma forma que os cantores.“Eu já estou pensando na nossa viagem pela rota 66, não tem como não incorp
POV do ConnorEspero aquele pedaço de inferno na terra terminar, pior do que todos os infernos que eu já havia passado e olha que eu já conhecia e passeava por alguns há muito tempo. Cada segundo que se passa é uma agonia imensa, a angústia em meu peito cresce tanto que ameaça explodir e acabar com qualquer sentimento que eu pudesse ter ao não sentir mais nada nunca mais. “Espero ter ver nos meus seguidores se não quiser que os vídeos sejam divulgados.” Blair sussurra no meu ouvido. Era minha chance.“Me dá seu celular.” Mando.“Para que?” Ela franze as sobrancelhas.“Vou salvar meu número para você.” Minto e ela egocêntrica e obtusa, me entrega desbloqueado. Sorrio, fazendo com que ela também sorria, achando que eu estava falando sério. Em um movimento rápido e ágil, abro a porta da Mercedes, entro no carro e o tranco. Enquanto a Annabelle grita alguma coisa do lado de fora e tenta abrir a porta, o que era impossível, eu abro a galeria e apago todas as fotos e vídeos que tinham meu
Pov da Victoria Quando Annie foi embora, minha vizinha que eu considerava amiga próxima apenas para descobrir que ela não confiava em mim e estava indo embora e me decepcionou, eu decidi me fechar para relações humanas e não deixar nenhuma amizade nova se aproximar para não correr o risco de acabar magoada novamente.Aquele evento, aquela noite, foi intensa demais para alguém tão fechada e cautelosa. Alguém que nunca se permitiu viver nenhum relacionamento amoroso, que acreditava que o romance existia somente nas páginas dos livros e nas telas de cinema, mas nunca existiria na minha própria vida. Eu estava certa. “Por que ele está abraçando aquela mulher? Ela é famosa? Eu deveria saber quem é?” Disparo várias perguntas para Chris.“Como mesmo que o evento seja dos pais dele, ele está sendo o rosto, ou seja, o modelo, o fotógrafo provavelmente está pedindo essa pose da foto porque vai chamar mais atenção e vender mais. Porém, eles estão usando uma estratégia que eu particularmente ac
POV do ConnorVejo o olhar cinzento de Victoria Evans se acender, parecendo compreender o meu pedido silencioso e desesperado de desculpas. Eu não havia a enganado por ser uma pessoa ruim. Eu preferia esconder o lado ruim de quem eu era, ou seja, a família que eu vinha, para que ela não pensasse coisas piores ainda por conta do dinheiro e fizesse pré julgamentos que me impedissem de conhecê-la melhor. Tudo que eu precisava era de uma chance de conversar melhor com ela para esclarecermos a situação. Suspiro e contenho um sorriso quando ela não desvia o olhar, apenas continua retribuindo. Era um gesto muito pequeno, mas extremamente importante pois eu conseguia sentir a fagulha se acendendo entre nós dois, mesmo com a distância, mesmo sem palavras sendo ditas. Eu só queria sair dali e ir correndo até ela, beijá-la novamente até perdermos o ar e o controle. Eu me levanto, deixando de me apoiar no carro, soltando os braços, pronto para sair correndo até o VIP, até Victoria, quando meu p
POV Victoria Evans Connor Jones dirigindo era o verdadeiro pecado de Las Vegas e eu desejar tão ardentemente estar no banco do carona para poder observá-lo dirigir seria o meu segredo. A multidão vibrava a cada marcha que ele passava, a cada curva, cada ronco do motor que ecoava no salão e eu me sinto tonta conforme a fumaça sobe. "Será que se eu der o Volvo em troca, eu saio com uma bebê dessas?" Christian me pergunta, se referindo, obviamente, ao carro."Caramba." É tudo o que consigo balbuciar, apoiando minhas mãos na mureta, de pé na ponta daquela espécie de sacada do VIP. Eu e Chris éramos os únicos daquela área de pé para assistir, os demais continuavam sentados bebericando seus drinks. Você precisa estar alcoolizado para ter coragem suficiente de gastar um valor que compraria a cidade inteira em um único carro.Meu coração está acelerado, quase saltando pela boca desde a primeira acelerada de Connor, em que parecia que o carro iria sair voando, passando a centímetros de dist
Pov do Connor Eu e minha mãe subimos no palco, sorrimos e acenamos igual aos pinguins de Madagascar e as luzes que nos iluminavam são apagadas para que o vídeo comercial do novo carro fosse passado enquanto eu me encaminhava para minha verdadeira função naquele evento. Me afasto de meus pais sorrateiramente indo tomar meu lugar naquele show todo. O modelo na verdade está mais para um piloto atraente que dirige o carro passando lentamente pelo salão, dando voltas para exibir o veículo em movimento. Mas acho uma forma muito fraca de exibir o carro, chegava a ser uma ofensa perto do potencial que ele tinha. Digamos que meus planos eram um pouco diferentes dos de meus pais. Eu iria, sim, ser um piloto gostoso dentro da Mercedes, só não iria andar tão devagar para que o público pudesse me admirar. Iria fazer o que deveria ser feito, fazer com que admirassem aquela máquina em seu melhor desempenho. Quando as luzes do telão se apagam e as dos fundos do salão se acendem, eu já estou no ba
Último capítulo