Capítulo 31 - Só ser eu.
Dante Bianchi
A água morna escorria pelo nosso corpo como se lavasse não só o sal do mar, mas também qualquer peso que ainda restasse nos ombros. Estávamos no chuveiro havia alguns bons minutos, meio entre carícias e risadas abafadas, com Marina encostada em mim, os cabelos ensopados grudando na pele e o corpo dela aquecido, encaixado no meu. Beijei seu ombro uma última vez antes de desligar a água, e mesmo que o momento tivesse sido mais quente do que romântico, havia algo no jeito como ela me olhava — como se estivesse confortável ali, como se o mundo lá fora não importasse — que me fez querer congelar o tempo por uns minutos.
Já era final de tarde. O céu do lado de fora começava a assumir tons laranjas, dourados e rosas, e a casa parecia absorver aquela luz como se também respirasse, relaxada depois de um dia cheio.
Eu já estava quase pronto — calça escura, camisa de linho clara com os botões superiores abertos, relógio no pulso e perfume discreto. Marina ainda se trocava no close