Ana Luiza Martinelli
O caminho até o hospital foi silencioso, mas um silêncio bom. Aquele tipo de silêncio que carrega esperança. Enzo dirigia com uma das mãos no volante e a outra entrelaçada à minha, como se o simples toque fosse suficiente para manter nossos corações em compasso. Eu observava a cidade passar pela janela, as árvores balançando suavemente ao vento, as pessoas indo e vindo… e, em meio a tudo isso, meu coração pulsava por uma única razão: meu filho.
Quando chegamos, encontramos minha mãe e Gabriel na recepção. Ela me envolveu num abraço apertado, como só as mães sabem fazer. Ela não precisou dizer nada. Seus olhos marejados diziam tudo.
— Como você está, filha? — ela perguntou, passando a mão em meu cabelo.
— Com o coração na mão, mãe. Mas estou confiante.
Gabriel se aproximou, beijou minha testa e apertou minha mão. Ao lado dele, Rafaela segurava um copo de café.
— Papai já está lá dentro — ela disse. — Foi direto para o andar da hematologia. Estava ansioso.
— Todos