Ana Luiza Martinelli
Acordei com uma sensação estranha de leveza, como se um peso imenso tivesse sido tirado dos meus ombros durante a noite. A claridade suave da manhã invadia o quarto pelas frestas da cortina, aquecendo a pele que ainda carregava lembranças da noite anterior.
Virei lentamente na cama, sentindo os lençóis macios sob meu corpo nu, e lá estava ele. Enzo.
Sentado na beira da cama, com os cotovelos apoiados nos joelhos, ele me observava como se estivesse vendo uma obra de arte. Havia um brilho nos olhos dele que misturava ternura, arrependimento e… amor. Um amor que eu conhecia tão bem, mas que por tanto tempo achei que havia morrido.
Sorri, e ele retribuiu com aquele sorriso torto que sempre me desarmava.
— Você dorme sorrindo — ele comentou, a voz rouca da manhã.
— É mesmo? — perguntei, esticando os braços e me espreguiçando. — Talvez seja porque tive um sonho bom.
Ele riu baixinho e se aproximou mais, sentando-se ao meu lado na cama. Seus dedos roçaram meu rosto com