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capítulo 4 — O Primeiro Teste

O dia começou antes de mim. Acordei com a lembrança da última sessão — não cena, não aula, mas algo entre confissão e teste. Meu corpo respondia antes do pensamento, como se Dante tivesse deixado marcas invisíveis que eu não sabia onde começavam ou terminavam.

Enquanto me vestia, percebi algo novo: eu não queria apenas estar preparada. Eu queria estar à altura.

Escolhi um blazer cinza escuro, camisa branca alinhada, salto firme. Nada exagerado — mas deliberado.

No meio desse ritual, o telefone vibrou.

— Bom dia, Isabela — disse ele, com aquela voz baixa que parecia tocar mais do que escutar. — Espero que esteja pronta.

— Para quê? — perguntei, mesmo sabendo que a resposta nunca viria inteira.

— Para testar limites. 10h. Décimo oitavo andar. Não se atrase.

Nada em mim ficou indiferente.

No caminho, tudo parecia amplificado — o som dos carros, o ritmo dos passos, o silêncio do elevador. Era como se o mundo soubesse que eu estava indo a um lugar onde regras comuns não se aplicavam.

Quando a porta se abriu, ele já estava lá.

Dante Cruz. Contido. Austero. Observando — não a roupa, não a postura, mas aquilo que eu tentava controlar.

— Bom dia — disse ele. — Pronta para começar?

Assenti. Ele não sorriu, mas algo em seu olhar registrou: ela voltou.

Sobre a mesa, havia envelopes numerados. Nenhuma explicação. Nenhuma instrução além da presença dele — e isso bastava.

Ele fez um gesto mínimo com o queixo.

— Comece.

O primeiro envelope era direto: resolver um conflito simulado com assertividade, rapidez e controle. Enquanto eu falava, ele circulava, silencioso, observando não as palavras — mas a reação do meu corpo quando seus passos se aproximavam.

Quando finalizei, ele simplesmente disse:

— Controle é bom. Mas quero intenção.

Eu senti.

Não era sobre certo ou errado — era sobre presença.

O segundo envelope exigia improviso emocional. O personagem provocava, testava minha paciência, minha confiança. No meio da simulação, percebi que Dante não observava a cena — observava o que a cena fazia comigo.

Quando acabou, ele se aproximou o suficiente para que sua respiração quase tocasse meu pescoço.

— Você reage bem à pressão — sussurrou — mas ainda está pensando demais. O corpo sente antes da mente. Confie nisso.

Meu coração acelerou sem permissão.

O terceiro envelope era mais complexo: tomada de decisões rápidas em negociação simulada. Várias situações inesperadas, várias mudanças. Eu respondia com firmeza, e a cada escolha ele observava sem interferir, sem julgamento — como alguém avaliando um diamante bruto.

Quando terminei, ele murmurou:

— Agora começa o verdadeiro teste.

Não houve pausa.

O quarto envelope era o mais provocador até então: improvisação combinada com influência emocional. Eu precisava convencer, provocar reação, assumir espaço.

No meio da tarefa, Dante se posicionou atrás de mim. Não tocou. Não falou. Apenas existiu ali — intenso, calculado, presente. A tensão era quase física.

— Veja — disse ele, finalmente — você não está mais tentando acertar. Está jogando.

Era verdade.

Algo em mim havia mudado.

Quando abri o último envelope, minhas mãos tremiam — não de medo, mas de antecipação.

A instrução era simples:

"Entrega."

Nada mais.

Por um instante, fiquei imóvel. O silêncio era uma arena — e ele esperava.

Respirei fundo e comecei a agir como se já soubesse o final: postura firme, voz precisa, intenção no olhar. Não obedecendo — escolhendo.

Ele caminhou até mim. O ar pareceu vibrar.

— Agora sim — disse ele, baixo, rouco, quase um segredo. — Isso é você sem hesitação.

Não havia elogio na frase — havia constatação.

— Aprendeu algo hoje? — perguntou.

Pensei em respostas corretas, teóricas, formais. Nenhuma servia.

— Aprendi que pensar não basta — respondi.

Ele inclinou a cabeça, satisfeito.

— E?

Respirei.

— Que o contrato não testa regras. Testa limites.

Um instante. Um silêncio que tinha peso.

Então ele sorriu — o tipo de sorriso que não se dá, se concede.

— Exatamente.

Ele se afastou um passo, mas a ausência era tão intensa quanto a presença.

— Hoje você deu um passo que a maioria não consegue — disse. — Amanhã… será diferente.

— Diferente como? — perguntei, sem conseguir evitar.

Ele me encarou com uma calma que incendiava.

— Hoje você aprendeu a agir.

Amanhã, quero ver até onde pode ir.

Senti o corpo responder antes da mente. Era medo. Era curiosidade. Era desejo. Era tudo misturado — e impossível de negar.

Ele se aproximou novamente, só o suficiente para que suas palavras fossem sentidas mais do que ouvidas.

— Não volte se vier com dúvidas.

Volte se estiver pronta para continuar.

Eu não hesitei.

— Eu volto.

Ele assentiu — como quem já sabia.

Enquanto saía, percebi: não havia mais retorno psicológico.

Não era só trabalho.

Não era só contrato.

Era jogo.

E eu acabara de entrar na fase em que ninguém j**a seguro.

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