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Capítulo 5 — Limites e Tentação

O dia começou com a mesma tensão elétrica de sempre, mas havia algo diferente no ar. O toque matinal parecia mais profundo, mais definitivo, como se anunciasse que hoje nada seria comum. Cada passo até o prédio de Dante acelerava meu coração, como se meu corpo soubesse antes de mim que algo importante seria colocado à prova.

Ele já me esperava no saguão. Imponente. Inabalável. O terno impecável, o olhar afiado, a postura controlada. Ele não sorriu — Dante não era o tipo de homem que oferecia conforto. Ele oferecia desafio.

— Bom dia, Isabela — disse com a voz rouca que parecia arranhar por dentro. — Hoje vamos explorar seus limites.

— Limites? — perguntei, tentando controlar o tremor sutil na respiração.

— Quero ver até onde você é capaz de ir quando cada escolha tem peso, risco e consequência.

O primeiro envelope do dia parecia simples, mas assim que abri percebi a diferença: improvisos emocionais complexos, decisões estratégicas sob pressão, elementos de provocação psicológica e controle corporal. Não era mais apenas desempenho: era vulnerabilidade.

— Está pronta? — ele perguntou, olhando fundo, como se pudesse ver pensamentos antes que eu os tivesse.

Assenti. O primeiro exercício exigia liderança e persuasão. Eu precisava conduzir uma equipe fictícia em um cenário de crise, mantendo postura firme, voz estável e domínio emocional. Dante observava em silêncio, capturando cada detalhe: hesitação, entonação, a forma como eu respirava.

— Impressionante — murmurou quando terminei. — Mas ainda falta ousadia. Quero ver mais você.

A segunda parte misturava improvisação com pressão emocional. Situações inesperadas surgiam, exigindo respostas rápidas, assertivas — e sedutoras, mesmo sem intenção declarada. Era um jogo estratégico e sensorial ao mesmo tempo. Ele não tocava, mas sua presença era quase física, como eletricidade à flor da pele.

— Não hesite — disse baixo e firme. — Hesitar é perder.

Eu tentei manter o foco, mas meu corpo reagia antes da mente: respiração acelerada, músculos tensos, um calor inexplicável percorrendo minha coluna. Era desconfortável — e viciante.

No terceiro envelope, a instrução era clara: vulnerabilidade controlada. Eu precisava demonstrar domínio emocional sem perder intensidade. Era como andar em uma linha fina entre força e exposição. Dante se aproximou o suficiente para que eu sentisse seu perfume e disse:

— Excelente. Mas ainda quero ver coragem. Quero ver seu risco.

A palavra risco ficou pulsando dentro de mim.

O quarto exercício elevou tudo. Eu precisava improvisar enquanto ele permanecia perto, tão perto que o ar entre nós parecia carregado. Era impossível ignorá-lo. Meu corpo reagia, minha mente lutava pelo controle. Nada era dito abertamente, mas tudo estava implícito — como uma conversa silenciosa de tensão e desejo.

Quando a manhã terminou, eu estava exausta e elétrica ao mesmo tempo. Dante não parecia satisfeito. Ele apenas disse:

— Vamos elevar a pressão.

O envelope da tarde era maior e mais denso. Ali estavam testes avançados: improviso emocional, manipulação de percepções, inteligência estratégica e algo novo: resistência psicológica ao estímulo.

O primeiro exercício envolvia tomar decisões sob ataque emocional simulado. Vozes, críticas, interrupções — eu precisava continuar segura, firme, sedutora na intenção e incisiva na resposta. Dante observava, avaliando não só as ações, mas as reações invisíveis.

— Impressionante — repetiu, com a mesma calma controlada. — Mas quero mais iniciativa.

O segundo exercício me tirou do eixo: respostas provocativas controladas. Eu precisava usar minha voz, meu olhar, minha postura — não apenas a lógica. Ele se aproximou um pouco mais e disse novamente:

— Não hesite.

E eu não hesitei.

Aquela era a primeira vez em que senti que não estava apenas cumprindo um teste — estava entrando num território perigoso, feito de tensão, comando, submissão silenciosa e desejo contido.

No terceiro exercício, tudo se intensificou: era preciso ser firme, mas emocional; controlada, mas provocativa; forte, sem perder a vulnerabilidade. Era quase cruel — mas eu queria provar que podia.

— Muito bem — murmurou. — Mas quero intensidade real.

O quarto desafio era quase psicológico: estar a poucos centímetros dele e continuar atuando como se a presença dele não me afetasse — quando meu corpo inteiro gritava o contrário. Sua respiração era baixa, profunda, ritmada. E eu sentia.

— Está pronta para o teste final da tarde? — ele perguntou, quase sussurrando.

Eu assenti. Talvez rápido demais.

O último envelope continha apenas três palavras: Exponha-se por inteiro.

O teste final misturava tudo: controle emocional, raciocínio rápido, sedução silenciosa e comando corporal. Eu precisava agir, improvisar e manter domínio — mesmo com Dante tão próximo que minha mente oscilava entre concentração e entrega.

Cada frase dele parecia um gatilho.

— Mais ousadia.

— Menos medo.

— Mostre quem você é quando ninguém está observando — mesmo sabendo que eu estava sendo observada por ele.

Quando terminei, senti as pernas trêmulas. Não de fraqueza, mas de intensidade. A sala parecia menor, o ar mais denso.

Dante recuou devagar, analisando cada detalhe de mim como se fosse um documento confidencial.

— Excelente, Isabela — disse enfim. — Você passou. Mas a partir de amanhã… cada decisão terá consequência direta.

Eu não sabia se deveria ter medo.

Ou antecipação.

Talvez os dois.

Mas enquanto ele saía da sala com a calma de quem controla tudo — inclusive o ritmo dos outros — uma certeza se instalou em mim:

Esse contrato não era apenas um teste.

Era um jogo.

E eu já estava dentro dele mais profundamente do que deveria.

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