O silêncio do corredor me acompanhou enquanto eu deixava a sala. Cada passo parecia pesado, como se meu corpo ainda estivesse preso à presença dele. Eu não sabia ao certo o que era mais perturbador: o toque que não tinha acontecido… ou o que havia sido sugerido sem palavras.
A porta do meu quarto se fechou atrás de mim, mas a sensação de estar sendo observada continuou. Não era medo — era algo mais profundo, visceral, como se Dante tivesse deixado algo ali, dentro de mim, algo que eu não poderia ignorar mesmo se tentasse.
Joguei minha bolsa sobre a cama, respirei fundo e tentei me recompor.
Mas meu corpo ainda respondia ao nada.
Ao quase.
Ao "ainda não."
Sentei na beira da cama e passei as mãos pelo rosto, tentando encontrar lógica no que estava vivendo. Tudo parecia controlado demais, intenso demais, calculado demais — como se cada segundo ao lado dele fosse planejado para desmontar camadas que eu nem sabia que tinha.
E estava funcionando.
O resto da tarde passou devagar. Tra