Eu ainda conseguia sentir o peso do olhar dele na minha pele enquanto caminhávamos pelo corredor privado do andar executivo. Dante não dizia nada, mas a tensão entre nós parecia mais forte que qualquer palavra. Cada passo ecoava como um aviso — ou como um prelúdio.
Quando chegamos à sala reservada, ele abriu a porta com um gesto firme.
— Entre — disse, sem desviar os olhos.
O ambiente era diferente. Menor, mais íntimo, com iluminação baixa e silenciosa. Não havia pastas, não havia telas ligadas, nada lembrava trabalho. Era como se aquele espaço tivesse sido criado para tudo que nunca deveria acontecer.
Sentei-me. Ele permaneceu de pé por alguns segundos, observando-me como se estivesse prestes a tomar uma decisão que não teria volta.
— Hoje não estou aqui como seu CEO — ele disse, a voz controlada, baixa demais. — Nem apenas como o homem com quem você assinou um contrato.
Meu coração acelerou.
— Então quem é você hoje? — perguntei
Ele se aproximou um passo.
Depois ou