Acordei com a cabeça latejando e o estômago virado do avesso.
Abri os olhos e o teto da sala girava. Literalmente girava.
Tentei levantar. Erro número um.
Corri cambaleando até o banheiro e me ajoelhei na frente da privada, implorando mentalmente pra que o universo tivesse piedade de mim.
O soju me traiu.
Todos eles.
De pêssego, morango, uva, maçã verde, melão… até um que tinha gosto de chiclete — todos desfilando agora pelo meu arrependimento.
Mas convenhamos: no Brasil uma garrafinha dessas custava caro e era rara de achar.
Então, quando vi o cardápio ontem, resolvi tirar o atraso da vida.
O resultado tava ali: eu, meio viva, meio morta, tentando lembrar meu nome.
Vomitei até a alma.
Depois de alguns minutos de pura humilhação e arrependimento, sentei no chão frio do banheiro, com o cabelo colado na testa e a dignidade drenando pelo ralo.
A lembrança começou a vir em flashes.
O karaokê.
A Nayeon rindo alto demais.
E eu…
Caindo no colo do meu chefe.