Cheguei em casa quase nove da noite, completamente esgotada. O trabalho na sede da Coreia era, no mínimo, três vezes mais puxado que na filial do Brasil — o que, convenhamos, explicava perfeitamente o salário mais alto. Eu realmente trabalhava mais. E mais. E mais. O vice-presidente,passou o dia inteiro me dando ordens, uma atrás da outra. Eu não conseguia nem respirar. Fui ao banheiro correndo, uma única vez, e só consegui tomar água depois que ele virou as costas e me “esqueceu” por alguns minutos. Almocei às quatro da tarde. Em pé. Meu chefe — Lee Yong — não deu as caras o resto do dia. Fiquei a tarde toda com o vice, que, apesar de rígido, me fez aprender tudo o que eu precisava. E, pelo menos, parou de reclamar. Mas quando cheguei em casa… Nossa. Parecia que um caminhão tinha passado por cima de mim. Tomei um banho rápido, coloquei meu baby dool de cetim preto — e me joguei no sofá com uma tigela de miojo na mão. Era isso ou desmaiar de fome. Fechei os olhos, exaust
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