O sol entrava pelas janelas altas da mansão Volkhov, inundando a sala com uma luz dourada. Yanika estava sentada à mesa de mármore, organizando algumas anotações que Helga havia lhe passado para ajudar a planejar a temporada dos gêmeos na Alemanha. Helga, impecável como sempre, servia chá com um movimento elegante e automático, como se cada gesto fosse calculado.
Nos últimos meses, a relação entre as duas tinha mudado completamente. Helga, que no início a olhava com frieza e uma cautela quase aristocrática, agora a tratava como parte da família. E não era apenas por cortesia — havia ali um respeito silencioso.
Yanika lembrava bem de quando essa mudança começou. Tudo se deu em pequenos gestos: uma xícara de chá deixada na sua frente sem que fosse pedido, um comentário sobre um vestido que “ficava bem nela”, uma pergunta sobre como estava se sentindo.
A virada definitiva veio num almoço, pouco antes de Helga viajar com os bebês.
— Você tem uma força que não se ensina — disse H