Capítulo 225
Violet Hart
Acordei com a luz entrando oblíqua pela fresta da cortina e um barulhinho de mensagens no celular — vibrações curtas, como asas batendo contra a madeira de uma janela. Ruth. Lavínia. As duas, em tempos alternados, me pediam para “não espiar nada”, “beber água”, “não usar salto”, “estar pronta às 16h”. Li as mensagens sorrindo, uma mão no celular, a outra aberta sobre a barriga, como se segurasse o sol por dentro. Hoje era o chá revelação do nosso filho.
— Vai começar cedo? — a voz de Mason veio grave, sonolenta, atrás de mim.
Eu rolei de lado, encaixando meu corpo no dele. A barba dele roçou minha têmpora num arranhar gostoso, e a respiração veio morna no meu pescoço. Metade do mundo poderia cair lá fora; ali, o tempo obedecia à nossa pele.
— Daqui a pouco me sequestram — falei, rindo.
— Ruth sequestra você, eu sequestr… — ele corrigiu no meio da frase e soltou uma risadinha curta, quase inaudível. — Ok. Hoje eu colaboro com sequestros do