Capítulo 246
Ruth
O comboio desceu pelas docas em silêncio, três carros pretos, vidros escuros, motores abafados. Albert dirigia o primeiro, eu ao lado. No espelho, vi o brilho das armas escondidas sob os casacos dos homens que seguiam. A cidade acordava devagar, mas nós já estávamos em guerra.
— Pega essa. — ele disse, abrindo a maleta entre os bancos.
Dentro, um Glock 19, duas granadas de luz e um punhado de carregadores extras.
— E você? — perguntei.
— A minha já tá pronta. — respondeu, mostrando a SIG Sauer P226 presa ao coldre. — E se der tempo, pego a Benelli M4 no porta-malas.
O rádio chiou uma vez. Sinal combinado. O capo-regime já estava no galpão 07, o mesmo do carregamento “falso”.
Albert apertou o acelerador, e o carro se enfiou entre os contêineres. A cada curva, o cheiro de ferrugem e gasolina ficava mais forte.
— Ruth. — ele murmurou, sem desviar os olhos da frente. — Quando eu disser agora, desce e cobre o lado direito. Tiro curto, sem