Bruna caminhou de volta à pousada com passos lentos, como quem deseja prolongar a noite ou talvez dissipar, na cadência da areia morna, o fogo que se acendera em seu ventre. O mar sussurrava na escuridão, e o vento carregava o aroma salgado misturado ao perfume doce das flores silvestres que brotavam entre os coqueiros.
Na varanda da pousada, as lamparinas apagadas revelavam o silêncio íntimo do lugar. Ela subiu os poucos degraus e empurrou a porta de madeira rangente, entrando no quarto de teto baixo e janelas de madeira rústica.
O ambiente cheirava a lavanda e a maresia, e a cama, forrada com lençóis de algodão branco, parecia convidá-la, cúmplice silenciosa dos pensamentos que fervilhavam em sua mente.
Bruna largou a sandália junto à porta, deixando que os pés deslizassem nus sobre o piso frio. Sem acender as luzes, deixou que a claridade prateada da lua invadisse o espaço pela janela entreaberta, lançando sobre sua pele mor