Na pequena tenda montada à beira-mar, Jae-Hyun organizava os ingredientes como quem ordena pensamentos dispersos. A mesa de madeira, ainda um pouco úmida da maresia, sustentava pratos rústicos de cerâmica, lâminas afiadas e folhas verdes meticulosamente dispostas para acolher os cortes de peixe que, em breve, se transformariam em bocados de prazer.
O som ritmado do mar ao fundo misturava-se ao burburinho da montagem do luau: vozes rindo, lanternas sendo acesas, o violão sendo afinado. Mas, para Jae-Hyun, o mundo parecia se concentrar apenas naquele pequeno altar improvisado — e na iminência de vê-la novamente.
Ele inspirou profundamente, absorvendo o aroma salgado que o vento trazia da arrebentação e o perfume cítrico das raspas de yuzu que acabara de fatiar. Seus dedos longos deslizaram pela lâmina, limpando-a com precisão antes de repousá-la ao lado do sashimi recém-cortado.
Mas, mesmo na precisão dos gestos, havia algo que o desconcentrava.