Bruna ficou parada por um longo tempo diante do espelho oval da pousada rústica, o reflexo confuso e inquieto devolvendo-lhe as dúvidas que os pensamentos ainda não conseguiam nomear. O quarto, impregnado do cheiro doce de madeira envelhecida e maresia, parecia pequeno demais para conter o turbilhão que sentia dentro de si.
A toalha envolvia seu corpo ainda úmido do banho, e as gotas que escapavam de suas mechas escuras desciam pela curva do pescoço, encontrando o vão delicado entre os seios, onde demoravam a evaporar. Ela fechou os olhos, respirando fundo, como se pudesse se livrar daquela inquietação apenas inspirando profundamente o ar salgado da vila.
Vestiu-se devagar, numa coreografia silenciosa, como se cada peça de roupa carregasse o peso de uma decisão. Optou por um vestido leve, de tecido fino e translúcido, branco, que deixava entrever o bronzeado recente e realçava a pele quente. O decote em V insinuava com discrição as linhas do colo, mas a fenda