A areia ainda guardava o calor suave do dia quando Bruna, Gabi e Luca se acomodaram em uma canga próxima à fogueira que já crepitava, espalhando fagulhas âmbar pelo ar saturado de maresia. O céu estava escuro, cravejado de estrelas tímidas que surgiam por entre as folhas dos coqueiros inclinados, e a música do violão corria preguiçosa entre os grupos espalhados pela praia.
Bruna ajeitou o vestido leve sobre as pernas cruzadas, enquanto os olhos percorriam a cena à sua frente: casais aninhados, copos de caipirinha, o brilho dos colares artesanais refletindo a luz do fogo. Era tudo tão diferente da rotina que deixara para trás, tão longe da rigidez e do medo que a haviam paralisado nos últimos meses.
Gabi, ao seu lado, ergueu a taça de vinho e brindou no ar, sorrindo. A pele dourada, os cabelos desgrenhados pela umidade do mar e aquele olhar sempre atento faziam dela uma força irresistível — e, de certo modo, uma figura quase oposta à sua.
— Bruna… — ca