A xícara ainda quente entre as mãos de Bruna parecia ancorá-la àquele momento. O vapor subia lentamente, desenhando curvas frágeis no ar, como se o próprio tempo se derretesse ali, naquela casa suspensa sobre o mar, longe do mundo, longe dos medos que a perseguiam há tanto tempo.
Jae-Hyun a observava em silêncio, com aquele olhar escuro e sereno, como quem respeita o compasso da maré e sabe esperar que a onda certa chegue.
Mas, pela primeira vez, Bruna não queria esperar.
A respiração dela acelerou sutilmente enquanto depositava a xícara sobre a mesa baixa, os olhos fixos nos dele, como se quisesse gravar cada nuance daquele rosto: o traço firme da mandíbula, o contorno delicado das sobrancelhas, a boca entreaberta, que parecia conter tantas palavras não ditas.
Ele não se moveu. Não a puxou, não a guiou, apenas permaneceu ali, como uma âncora, como um convite silencioso, oferecendo-se sem exigir.
E então, num movimento natural, inevi