Bruna passava os dedos preguiçosamente pelo bordo da xícara de chá, enquanto a tela do notebook exibia, mais uma vez, aquela imagem: uma casa simples, de madeira clara, com grandes janelas abertas para o mar, a varanda protegida por uma pérgola trançada de cipós e buganvílias floridas. Era como se a natureza tivesse se enroscado na arquitetura, num abraço orgânico e definitivo.
O coração de Bruna batia mais rápido só de imaginar-se ali, caminhando descalça pelas tábuas envelhecidas, sentindo a brisa salgada atravessar as janelas sem resistência, adormecendo na rede entre as colunas que sustentavam o alpendre.
Ela deslizou o cursor para ver mais uma vez a sequência de fotos: o quarto amplo com uma cama de madeira rústica, os lençóis de linho branco amassado; a cozinha aberta, onde pendiam utensílios simples, mas perfeitamente escolhidos; a escada que descia até a pequena faixa de areia, quase privativa, onde as ondas quebravam suavemente.
Não precisava