O dia transcorreu tranquilo, como tantos outros desde que Bruna decidira que ali seria sua morada, sua nova vida. O restaurante de Jae-Hyun, com vista para o mar e uma brisa constante que perfumava o ar com sal e especiarias, fora palco de mais um dia de cumplicidade silenciosa. Ela passara as horas ali, ajudando a organizar alguns pratos, provando receitas que ele inventava de improviso, rindo de pequenos erros, aprendendo o nome dos peixes que os pescadores locais traziam ao amanhecer.

Mas o que Bruna mais amava eram os intervalos: aqueles minutos roubados entre uma fornada de pão e o corte de legumes, quando Jae-Hyun a puxava para o canto mais escondido da cozinha e a beijava, como quem não resistia à necessidade urgente de lembrá-la, a cada instante, do desejo e da ternura que o consumiam.

O sol já tinha se posto quando fecharam as portas do restaurante. A luz âmbar dos lampiões começou a desenhar sombras nas paredes de madeira, enquanto as ondas batiam co