A luz da tarde invadia os cômodos da nova casa de Bruna, tingindo de dourado as paredes claras e aquecendo os pisos de madeira crua. Ela ainda se acostumava com o eco suave dos próprios passos, com a presença silenciosa do mar que sussurrava ao fundo, invadindo a varanda com seu cheiro salgado e suas promessas de liberdade.
Jae-Hyun estava ali, recostado no batente da porta que dava para o quarto, observando-a com aquele olhar que, sem esforço, percorria cada centímetro do corpo dela como quem memoriza um poema. Bruna desfazia algumas caixas, ajeitava pequenos objetos, mas, aos poucos, a tarefa foi sendo engolida pelo calor denso que se instalava entre eles, como uma eletricidade silenciosa e invisível.
Ela ergueu o olhar e, ao vê-lo parado, com aquele meio sorriso discreto e o peito nu, não resistiu:
— O que foi? — perguntou, com a voz baixa e provocante, enquanto segurava uma pilha de livros contra o peito.
Jae